Alunos da Escola Básica 1 da Lousã, conheceram segunda-feira, dia 14, um pouco da vida de João Henriques, cidadão que ficou paraplégico na sequência de um acidente de viação, e das suas preocupações sobre a acessibilidade.
Além de artigos para jornais, João Henriques tem um sítio na internet sobre euroacessibilidades, é assessor do Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade e foi convidado para se deslocar às escolas para sensibilizar os alunos para o problema. Já conhecido de alguns deles, habituados a vê-lo pelas ruas da Lousã, a empatia foi imediata.
Falando para a sua assistência como para possíveis futuros arquitectos, engenheiros, médicos..., João Henriques fez uma pequena travessia virtual sobre o conceito de acessibilidade. A acessibilidade significa, para si, mobilidade plena para todos, não só para cidadãos com deficiência, mas para idosos, crianças, grávidas ou pessoas com incapacidade temporária ou permanente.
Cada passadeira deve ter rampas de ambos os lados e os passeios não devem ter obstáculos, alertou. Defendeu que as rampas de acesso aos edifícios devem possuir varões para ajudar pessoas com falta de equilíbrio; as cabines telefónicas, bem como as caixas multibanco devem ser baixas para que todos possam usufruir dos serviços (nesta área frisou que a Lousã já tem um ATM acessível, o da Caixa Geral de Depósitos). Em relação aos transportes, o orador lembrou o mau exemplo das automotoras, para as quais ainda não existe uma estrutura de acesso ao interior.
Como boas práticas a seguir nesta matéria na Lousã, João Henriques destacou a Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade, salientando a diferente textura do piso à entrada, como sinal para os invisuais de que se encontram em frente a um edifício público com atendimento. A casa de banho adaptada, bem como todo o interior foi referenciado. A praia fluvial de Casal de Ermio foi apresentada como outro exemplo positivo, devido aos sanitários adaptados, bar plano, entre outros aspectos.
João Henriques referiu-se ainda a outro tipo de acessibilidade: a acessibilidade cultural. Em termos televisivos, lembrou os protocolos assinados entre as três televisões nacionais, que criaram o teletexto para pessoas com problemas de audição. O recurso à língua gestual foi outro método desenvolvido para possibilitar que pessoas com problemas de surdez pudessem entender os conteúdos audiovisuais.
Ainda neste contexto, fez referência ao programa “Conta-me como foi”, emitido pelo canal 1 da RTP, que tem audio-descrição, ou seja, pode ser ouvido sintonizando a Antena 1.
A terminar, o palestrante fez votos para que os mais pequenos possam um dia contribuir para a melhoria dos acessos a nível urbanístico, de comunicação, entre outros. Deixou ainda um importante alerta: “chamem a atenção para quando os carros forem depressa demais. Nunca se esqueçam que são os condutores que nos levam”.
Fonte: Jornal Trevim
No comments:
Post a Comment