Thursday, September 27, 2012

Acessibilidade na Lousã

Provedor no seu escritorio

“Muito foi feito, mas muito falta ainda fazer” na acessibilidade na Lousã
Foi na sede do projecto que já acarinha desde 2006, como assessor do anterior provedor da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã, que o novo rosto deste órgão falou com o Diário de Coimbra. Com um brilho nos olhos quando fala do trabalho que se tem vindo a desenvolver na Lousã na área da acessibilidade, o novo provedor abriu-nos a porta para quatro anos de mandato com muitas ambições e uma vontade de “melhorar sempre” o concelho que o viu nascer, tornando-o o mais acessível a todos os que, como ele, sentem na pele os obstáculos que ainda falta derrubar
 
Diário de Coimbra (DC) Foi o braço direito do antigo provedor, Ernesto Carvalhinho, e assume agora um mandato como o rosto que se segue nesta Provedoria. O que o levou a aceitar este desafio?
João Henriques (JH)   Confesso que pensei um bocadinho se havia de aceitar,  mas há sempre aquele sentido cívico que nos leva a pensar “acho que deveria fazer”. Já tinha trabalhado com o professor Carvalhinho e agora quero tentar melhorar ainda mais. Com o professor Carvalhinho conseguimos muitas melhorias e pusemos a máquina em movimento. Mas temos de ser criativos e pensar em melhorar sempre, porque só com a acessibilidade é que podemos ter inclusão social.
Convém referir que a provedoria nunca esteve parada. Mesmo com a saída do professor Carvalhinho esteve sempre a funcionar, só que de facto não havia provedor.
 
DC  A tomada de posse decorreu no dia 19 de Junho, como está a correr o arranque deste novo mandato?
JH  Arrancámos no próprio dia (risos). Começámos logo a trabalhar, porque é preciso fazer muita coisa, é preciso fazer o site, actualizar o blogue da provedoria. O grupo técnico já fez uma reunião, e a ideia é formar vários grupos versados em várias áreas para ir reunindo de acordo com o assunto, por exemplo: um grupo trabalhará a saúde, outro a educação, outro o desporto, para fazermos mais reuniões e mais específicas.
Além disso, tento ir ter com as pessoas, saber quais as necessidades e vou tentar reunir com empresas que nos têm apoiado e instituições que sei que sentem a dificuldade tanto dos idosos como das pessoas com necessidades especiais, e também com lagumas pessoas que têm por direito e por dever resolver os problemas que os cidadãos por exemplo com deficiência têm e que lhes vão chegando às mãos.
 
DC  Como é assumir um desafio destes, numa conjuntura económica tão dificil?
JH  A altura é complexa em termos de investimento o que faz com que não possamos pedir grandes esforços, mas pequenas acessibilidades isso vamos sempre pedindo. Se for a um local e achar que há um problema de segurança ou alguma acessibilidade que não esteja correcta informo sempre a Câmara e geralmente as coisas chegam a bom porto.
 
DC Logo no dia da tomada de posse assumiu a sensibilização e educação para a acessibilidade como uma das principais bandeiras deste mandato. Porquê esta prioridade?
JH  Já começámos a preparar a Lousã nas acessibilidades, agora é preciso cada vez mais educar e sensibilizar para a acessibilidade e para a educação. E vamos já fazer essa sensibilização nas escolas e também junto das pessoas mais idosas. Vamos alertar e educar e talvez também em conjunto com a GNR e com os bombeiros para englobar tudo, a acessibilidade, a cidadania e a segurança no conjunto, porque a acessiobilidade nunca se poderá separar destas áreas.
 
DC  Já muito se fez no que respeita a acessibilidades físicas, sobretudo no âmbito do projecto “Lousã Destino de Turismo Acessível”. Quais são as principais prioridades para estes próximos quatro anos em termos de obra?
JH  Antes deste projecto, em que convém referir também a importância da intervenção da ARCIL, havia sítios que não tinham acessibilidade nenhuma e hoje já têm. A Lousã tem vindo a tornar-se mais funcional, mais atrativa tanto para quem está como para quem chega. Agora estamos a fazer a listagem de pontos que requerem ainda alguma intervenção. E não será só no centro da vila, até porque já estava feito, nos outros mandatos, um protocolo com as juntas de freguesia porque não queremos ir às freguesias ver o que é necessário, ouvir os presidentes de junta, e dar o nosso apoio técnico.
Sabemos que se já muito foi feito, muito ainda falta fazer, até porque tudo está permanentemente a actualizar-se, e a Lousã é uma vila que está sempre em constante movimento. Temos de estar sempre atentos e a tentar melhorar.
 
DC Há outras áreas onde urge investir?
JH  Estamos também a direccionar o trabalho para as pessoas com deficiência mental, para, cada vez mais, criar condições para que as pessoas com deficiência mental se possam  integrar mais na sociedade. E também chamei algumas pessoas ligadas ao desporto porque acho que também é uma área importante atrabalhar no âmbito da inclusão.
 
DC Na tomada de posse afirmou que o Grupo Técnico é uma equipa criada à sua imagem. Em que é que pensou na escolha destes elementos?
JH  Pensei nos jovens e nos idosos e juntei a isso um chefe de obras públicas e um chefe de obras privadas, para que ficasse um grupo não muito grande, mas coeso, e que abrangesse os vários domínios de intervenção na sociedade, desde a educação, ao desporto, passando pela saúde, deficiência, com técnicos da ARCIL.
 
DC Foi também criado um Conselho Consultivo. Porquê esta inovação neste mandato?
JH  No outro mandato como o provedor era uma pessoa muito experiente não se justificava, agora acho importante porque é a quem irei mostrar o que estamos a fazer, pedir opiniões, e aqui o coordenador do Conselho, o professor Carvalhinho, é a pessoa mais indicada para me poder aconselhar.
 
DC Quais as expectativas para estes quatro anos?
JH  As expectativas para mim são boas, obviamente que provavelmente nunca iremos conseguir fazer tanto como na anterior provedoria porque é impossível.  Mas penso que com o grupo técnico que tenho, que iremos longe.
João Henriques assume-se confiante no Grupo Técnico que dirige
Fonte: Diário de Coimbra