Wednesday, March 25, 2009

EB2, 3 realizou exposição interactiva

alunos

Alunos alertam para as inacessibilidades

Por iniciativa da EB2, 3 da Lousã, o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques acolheu, de 25 de Fevereiro a 3 de Março, uma exposição interactiva para que qualquer cidadão pudesse sentir as dificuldades das pessoas com deficiências específicas

Maria João Borges

Algumas cadeiras de rodas estiveram disponíveis para serem utilizadas por cidadãos sem dificuldades, que se puderam aperceber facilmente que alguns edifícios lhes eram absolutamente inacessíveis como a “Casa de Chá – Solar do Adro”, bem como algumas caixas multibanco. Outra actividade que permitiu aos visitantes darem-se conta da realidade das pessoas com deficiência, nomeadamente dos cegos, foi desenhar ou pintar com recurso a óculos, que limitavam, de várias maneiras, a visão.

A exposição de várias imagens a cores e a preto e branco mostravam o que está negativo ou positivo em termos de acessibilidade no concelho. Algumas passadeiras com rampas, a entrada da secretaria da EB2,3, a caixa multibanco da CGD mereceram fotografias com cor, como símbolo de boas práticas. A negro ficaram assinaladas as situações a melhorar, como sinais verticais no meio de passeios ou pouca iluminação em determinadas ruas.

Estas e outras realidades concelhias integraram as apresentações de alguns alunos, no auditório, perante uma plateia cheia de estudantes, professores e entidades. “Acredito que todos estes meninos vão construir ruas mais largas e fazer casas diferentes”, referiu Henriqueta Oliveira, presidente do Conselho Executivo da EB2,3. Filipe Carvalho, em nome da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade, pediu que os trabalhos apresentados fossem entregues no órgão, “para muitos daqueles problemas virem a ser resolvidos”. Solicitou também autorização aos professores para ir às escolas apresentar o projecto “Lousã: destino de turismo acessível”, para que todos fiquem a conhecer melhor a sua caracterização e objectivos.

Fonte: Jornal Trevim

Thursday, March 19, 2009

Alunos visitam a Provedoria

activar

Foi com enorme prazer que o Gabinete da Provedoria Municipal da Pessoa com Incapacidade da Lousã, recebeu a visita dos formandos da ACTIVAR, Associação Cooperativa da Lousã, do curso Técnicas de Informação e Animação Turística, para solicitar duas entrevistas ao Sr. Provedor e seu Assessor, no âmbito da sua formação.

Friday, March 6, 2009

Comissão de Jovens da ACAPO reúne na Lousã

acapo

Cegos com mais estratégias de luta

A Lousã acolheu o primeiro encontro da Comissão de Jovens da ACAPO (Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal) de 22 a 24 de Fevereiro. Os 10 jovens participantes das delegações de Porto, Braga, Viseu, Lisboa, Açores, Algarve, Castelo Branco, Leiria, Coimbra e Aveiro saíram mais fortalecidos e com outras armas para enfrentarem uma sociedade ainda preconceituosa.

Das várias reflexões e reuniões que tiveram lugar, os jovens comprometeram-se a promover algumas iniciativas locais e nacionais, a fim de ser elaborado um documento, em que constem todas as suas preocupações. A ideia é enviar o papel a governantes e instituições, para que passem a conhecer melhor os problemas que os cegos enfrentam no seu quotidiano. "Desisto de desistir" foi o slogan dado a esta campanha, que começou com o encontro na Lousã, em que os jovens tiveram também a possibilidade de fazer experiências novas e de travar conhecimentos entre si. Instalados na Pousada da Juventude, os participantes percorreram o trajecto "Caminho do Xisto Acessível", na aldeia do Gondramaz, montaram a cavalo na Quinta da Paiva (Miranda do Corvo), provaram chá e mel na Casa de Chá Solar do Adro, na Lousã, vila onde conheceram vários monumentos e o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques. Na aldeia do Candal, participaram num workshop de olaria, orientado por um técnico da ARCILcerâmica. "Espero que estas iniciativas se repitam, porque a maior parte das pessoas cegas não tem a possibilidade de sair das suas terras", referiu-nos Ana Cristina, de 20 anos, vinda de Vale de Cambra.

Exemplos de sucesso

A vida destes jovens tem sido cheia de dificuldades. Madalena Ribeiro, 23 anos, cega de nascença, sentiu desde pequena problemas em arranjar material escolar adequado à sua deficiência. "A relação com os professores também não tem sido fácil", disse-nos, com um sorriso nos lábios, porque, apesar de tudo, tem conseguido contornar os problemas. "Têm sido 23 anos de luta", refere a jovem, com um desempenho escolar invejável. Está a terminar um mestrado em Tradução Especializada em Inglês e Alemão, encontrando-se a realizar um estágio numa empresa, no âmbito do qual traduz para português softwares de informática e manuais de instruções. Pretende prosseguir os estudos e contribuir para a mudança de mentalidades. "Não quero que crianças com o meu problema sofram metade daquilo que passei", acrescentou, salientando ter sentido muita falta de apoio, vendo-se obrigada a ultrapassar sozinha as dificuldades. O próximo obstáculo da sua vida é mesmo encontrar um trabalho. Já foi a algumas entrevistas de emprego, mas todas tiveram o mesmo resultado: "Como é cega, já sabe como é que é"..., contou.

Sofia Antunes pode ser considerada como o exemplo de como uma pessoa cega pode realizar com sucesso o seu trabalho como qualquer outra. Embora não exercendo advocacia, trabalha no departamento jurídico da Câmara Municipal de Lisboa e afirmou nunca se ter sentido discriminada. "Nunca senti que as pessoas que vão aos meus serviços se sentissem melindradas por estarem a ser atendidas por uma pessoa cega". Salientou também o facto de as novas tecnologias estarem a auxiliar imenso o trabalho das pessoas com estas limitações. "Os scanners e os leitores de ecrã que me permitem ter acesso a textos e legislação têm ajudado imenso o meu trabalho", salientou a jovem, que já esteve na Lousã integrada em outro grupo, em cuja visita se apercebeu da preocupação existente neste concelho quanto à eliminação de barreiras para as pessoas com deficiência.

Fonte: Jornal Trevim


Provedoria e ACAPO



Com o apoio: Câmara Municipal da Lousã e da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã