Wednesday, November 24, 2010
Tuesday, November 16, 2010
Wednesday, November 10, 2010
Tuesday, November 9, 2010
Na despedida do Provedor das Pessoas com Incapacidade
A presença massiva de público, a juntar à comparência da secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, do governador civil, Henriques Fernandes, de Marques Leandro, presidente da direção da ARCIL, do presidente Fernando Carvalho, dos provedores de outros municípios e muitos amigos “confirmaram” a qualidade do trabalho desenvolvido por Ernesto Carvalhinho que praticamente toda a sua vida esteve ao serviço da reabilitação.
No dia da sua despedida, o provedor passou a palavra aos outros, e depois da visualização de um vídeo com o “protagonista” Luís Pedro, e onde foi possível perceber o trabalho desenvolvido ao longo do seu mandato que permitiu uma efetiva melhoria da qualidade de vida para as pessoas com incapacidade e uma sociedade lousanense mais aberta à inclusão, o assessor João Henriques foi o primeiro a prestar uma homenagem ao Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade. “Era impossível fazer melhor, mudámos as acessibilidades, mas também as mentalidades”, sublinhou o jovem tetraplégico.
Por sua vez, Fernando Carvalho salientou a entrega e exigência de Ernesto Carvalhinho nas questões da acessibilidade. “Não é fácil trabalhar com ele pede tudo para anteontem, mas se quiséssemos fazer show-off nesta área poderíamos ter escolhido outra pessoa que não nos apresentasse os problemas”. Em jeito de brincadeira o autarca acrescentou que “o Carvalhinho fazia uma perseguição atroz aos funcionários da autarquia para a implementação das novas medidas”, teoria mais tarde corroborada por Idália Moniz. O presidente da Câmara terminou o seu discurso com uma só palavra dirigida ao provedor: “Obrigado”.
A cerimónia de cessação de mandato terminou com a intervenção de Idália Moniz que falou de um “concelho especial” pela capacidade empreendedora na área da acessibilidade, nomeadamente, no que concerne ao projeto “Lousã Destino de Turismo Acessível”, uma capacidade extensível a outras áreas da sociedade. Para a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, “há toda uma dinâmica da sociedade civil introduzida pela ARCIL que faz com que um conjunto de famílias procurem o concelho. A vontade política e a visão estratégica de Ernesto Carvalhinho fazem com que a Lousã olhe para o futuro com um planeamento estratégico”.
A governante enalteceu ainda as características do provedor que pela sua postura, “não é subserviente, é humilde e por isso chega às pessoas e cria compromissos”.
Cessação do mandato de Ernesto Carvalhinho transformou-se numa homenagem marcante
A sociedade civil, de que a ARCIL é um exemplo notável, conjuga-se com a vontade política interpretada por Fernando Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Lousã, na construção de uma realidade única no país. O contributo de Ernesto Carvalhinho, “agente indutor de mudança”, revela-se decisivo na existência de uma estratégia que abraça toda a sociedade. “Não é subserviente, é humilde, chega às pessoas olhos nos olhos, cria compromissos”, disse Idália Moniz.
E como é difícil mudar mentalidades. “É necessário afecto”, confessou. João Henriques, o jovem tetraplégico que desempenhou as funções de assessor de Carvalhinho e tem lançado vários alertas para as questões da acessibilidade, lembrou muito do que foi realizado, considerando que era “impossível” fazer melhor. “Mudámos um pouco as mentalidades, mudámos o rosto da Lousã”, sublinhou. Recuperando uma afirmação de Fernando Carvalho, presidente da autarquia - “Se já muito foi feito, muito falta fazer” -, João Henriques defendeu a continuidade do trabalho realizado pelo provedor em conjunto com o grupo técnico, constituído por 14 pessoas com formação em várias áreas.
O dirigente da ARCIL deseja que Carvalhinho “ande por perto para nos ir aconchegando”. Na hora do adeus, o provedor das Pessoas com Incapacidade, Ernesto Carvalhinho, confessou que “sai com a alma cheia”, elogiando o contributo do grupo técnico e considerando as várias frentes de sensibilização para a acessibilidade uma “semente fundamental” que irá crescer. Depois, agradeceu a Idália Moniz, Fernando Carvalho, Luís Antunes, entre outras personalidades. O presidente da Câmara da Lousã agradeceu o apoio de Idália Moniz e salientou o valor das parcerias e o impacto de um projecto – Lousã, destino de turismo acessível – que demorou a obter respostas no mercado devido à falta de know-how. A solução encontrada pela secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, permitirá prosseguir um projecto que não está isento de dificuldades. Fernando Carvalho lembrou a incompreensão dos munícipes “sem incapacidade” quando confrontados com as obras que resolvem os problemas dos munícipes “com incapacidade”, mas que aumentam a qualidade de vida de todos. O autarca, com alguma boa disposição à mistura, elogiou o “grande trabalho” do provedor e recordou a “perseguição atroz” movida por Ernesto Carvalhinho aos técnicos da autarquia para garantir o respeito pelos “mandamentos” da acessibilidade. O governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, destacou as qualidades do “cidadão exemplar”: um fervoroso militante da integração das pessoas com incapacidade. “Cessa funções, mas dificilmente deixará de estar atento”, conclui.
Fonte: Jornal Beiras
Monday, November 8, 2010
Ernesto Carvalhinho termina hoje o mandato na Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã.
Na hora da despedida não esquece quem, numa altura de crise, tem menos apoios e maior dificuldade em integrar-se na sociedade quer em termos de trabalho, quer em termos de lazer”. Para o provedor, os objectivos e os sonhos “não se atingiram naquilo que é a minha pressa em fazer as coisas”. Mesmo assim, deixa uma “semente” que, explica, “já vinha germinando há algum tempo nomeadamente no trabalho na ARCIL e que fica implementada na sociedade lousanense, nas IPSS e na própria autarquia”. Esta questão, considera Ernesto Carvalhinho, é fundamental, tendo em conta os vários projectos que já estão executados e o facto da “filosofia” da acessibilidade e da igualdade “estar bem enraizada”. Em breve, assegura, “iremos ter frutos” do trabalho realizado. Com a inclusão social “bem consolidada” pela ARCIL, a provedoria elegeu como prioridades as acessibilidades e “a abertura de mentalidades”, já que as pessoas com deficiência encontram, na Lousã, uma resposta capaz. O projecto Lousã, destino de turismo acessível e o congresso internacional realizado nesta área, “criaram “uma dinâmica imparável” de que a eliminação das barreiras arquitectónicas é um exemplo. O plano de acessibilidades é neste aspecto um instrumental em termos de futuro, pois estuda “o que existe e propõe em alterações de acordo com os fundamentos da acessibilidade para todos”. É, sublinha, “uma marca muito forte que está presente em projectos em curso, nomeadamente nas ruas de acesso ao Hotel Palácio da Lousã. Na autarquia, afirma, está em funções um “presidente, Fernando Carvalho, que tem vontade de dar uma volta às questões das acessibilidades para todos” e que através das parcerias com entidades estrangeiras, adoptou muitos e bons exemplos. “Essa influência foi total, positiva e vai ficar”, disse. A mudança de mentalidades é uma realidade na Lousã, já que, conta, “foi possível criar aquilo que chamaria o clube das acessibilidades”. O Selo da Lousã Acessível prova-o. Indica, acrescenta o provedor, que o estabelecimento “tem condições para a circulação de uma cadeira de rodas e, neste momento, conta com a adesão de 143 estabelecimentos de vários sectores”. “É um sinal de apoio à questão das acessibilidades”, referiu. O país começa a integrar o conceito mais abrangente na acessibilidade: conforto e segurança nas ruas para toda a gente. “É essa a minha luta!”, conclui Ernesto Carvalhinho. Ernesto Carvalhinho despede-se da provedoria, mas estará “sempre” disponível.
Escolas são área fundamental. Mais cedo ou mais tarde somos confrontados com a incapacidade, pelo que a preparação das novas gerações é fundamental. As acções nos diversos estabelecimentos de ensino do concelho da Lousã foram outras das “frentes” do trabalho da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade. Ernesto Carvalhinho considera, até, que o próximo provedor “deve insistir” nesta tónica. Só em 2009, cerca de 300 crianças tiveram intervenção directa em projectos, o que quer dizer que “ouviram falar de pessoas com deficiência ouviram falar de acessibilidade”. O alerta, sublinha, “deve começar precisamente nestas idades”.