Monday, February 17, 2014

Sexualidade, afetuosidade e deficiência em debate

Professor Carvalhinho e restantes oradores


Em pleno século XXI, são ainda muitos os mitos, tabus e preconceitos em torno da sexualidade do cidadão com incapacidade mental ou motor, sendo uma realidade que, para a grande maioria da população, sexualidade e deficiência parecem inconciliáveis.

Em torno desta problemática, no passado dia 27 de janeiro, a Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã reuniu um painel especializado que, perante uma assistência que praticamente esgotou o auditório da Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, debateu e identificou as principais barreiras e questões associadas a uma realidade que não poderá continuar a ser colocada de parte.

Este painel de oradores reuniu especialistas como Cristina Siva - psicóloga na Associação de Recuperação de Cidadãos com Incapacidade da Lousã (ARCIL), Ernesto Carvalhinho - antigo presidente da ARCIL e antecessor de João Henriques na PMPIL, Jorge Cardoso - psicólogo clínico e docente universitário – e Figueiredo Fernandes, clínico geral da Unidade de Saúde Familiar Serra da Lousã.

A sobrevalorização da deficiência na sua vertente mais visível e a centralização da discussão sobre os aspetos técnicos de fertilidade em detrimento da afetividade são, segundo estes especialistas, basilares ao padrão atualmente adotado, sendo fundamental olhar para as pessoas com incapacidade física e/ou mental com equilíbrio e igualdade. 

Numa opinião também partilhada por Ernesto Carvalhinho e Rui Ramos, atual presidente da ARCIL, Cristina Silva realçou o papel da atuação desta instituição nesta área como promotor de uma grande e rápida mudança da aceitação social a nível concelhio. Poderá ainda referir-se o seu pioneirismo, tendo sido a primeira instituição a expressar o direito à sexualidade na sua carta de direitos.

Autonomia para a inclusão

A alteração das preconceções associadas à incapacidade e a desmistificação da sexualidade serão, porventura, indissociáveis, pelo que o testemunho frontal de quem convive diariamente com esta problemática assume uma grande relevância para a sensibilização da comunidade.

Neste espírito, João Henriques e Manuel Miranda, pai de um jovem com deficiência mental profunda, partilharam com os presentes as suas experiências e preocupações, trazendo para a discussão uma perspetiva fora do alcance dos demais intervenientes. Esta foi também uma oportunidade para o lançamento do trabalho literário intitulado «Autonomia para a inclusão», uma obra da autoria de Manuel Miranda que resulta de uma aprofundada pesquisa sobre a evolução histórica da deficiência a nível mundial e fornece uma análise rigorosa das necessidades de resposta relativas à integração e inclusão.

Como resultado deste debate, poderá aferir-se uma necessidade de alteração de paradigma, urgindo criar uma maior abertura social e institucional quanto às práticas atualmente seguidas no que diz respeito à sexualidade e afetuosidade na deficiência. || Tatiana Ribeiro

Fonte: Jornal Trevim
Professor Manuel Miranda

Presidente Luis Antunes Vereadora Anabela Rodriges

Professor Carvalhinho

Dr. Cristina Silva

Professor Jorge Cardoso

Thursday, February 13, 2014

Debate por uma “sociedade cada vez mais inclusiva”



Professor Carvalhinho

O Seminário “Sexualidade e afetos”, organizado pela Câmara da Lousã e pela Provedoria Municipal para Pessoas com Incapacidade que tem João Henriques como provedor, reuniu ontem, na Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, algumas dezenas de interessados na temática foi um contributo para que “ a sociedade lousanense seja cada vez mais inclusiva” como afirmou o presidente da autarquia.

Na sessão de abertura o moderador do debate, Figueiredo Fernandes, médico da USF Serra da Lousã, leu uma mensagem do conselho diretivo do Instituto Nacional de Reabilitação na qual era destacada iniciativa da autarquia e da Provedoria municipal, pela “ oportunidade de desenvolvimento, qualificação e enriquecimento ativo sobre esta matéria”.

O Instituto Nacional para a Reabilitação “apoia permanentemente todos os esforços de investigação, formação e partilha de saberes, nomeadamente as questões da vida das pessoas com deficiência , com a convicção de que o debate sobre as boas práticas “enriquece a intervenção dos técnicos, a prevenção , habilitação , reabilitação e inclusão social das pessoas com deficiência”, sublinhava a mensagem lida por Figueiredo Fernandes.

Enriquecimento pessoal e profissional

Ao intervir na sessão de abertura, o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, destacou o contributo do seminário, e de iniciativa, análogas, para alcançar um objetivo que é “ ter uma comunidade lousanense cada vez mais inclusiva”. O autarca destacou ainda a qualidade dos oradores. “Com provas dadas no trabalho que desenvolvem nessa área, que são garante do enriquecimento pessoal e profissional dos participantes no debate”, que considerou um momento importante de reflexão e partilha de conhecimentos e experiências.

“Entende a câmara que sexualidade e afetos e um tema atual, que ser debatido não apenas em relação às pessoas com deficiência, mas em relação a todos os cidadãos especialmente no contexto atual que vivemos “ frisou Luís Antunes, ao realçar também que é um gosto poder contar com o trabalho da provedoria.

Livro “Autonomia para a Inclusão”

No seminário participaram Cristina Silva, psicóloga da ARCIL, que abordou o tema “Sexualidade e deficiência: entre mitos e realidades”, José Carvalhinho, ex-presidente da ARCIL e antigo Provedor Municipal das Pessoas com Deficiência e Jorge Cardoso, psicólogo clínico e professor universitário, que abordou a temática “ Santos ou pecadores?... Apenas pessoas como os demais!”.

Depois do debate, o encerramento coube a João Henriques, Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã. No final do seminário teve lugar o lançamento do livro “Autonomia para a inclusão” de Manuel Miranda.

Fonte: Diário as Beiras

Rafael e Filipa

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência na Lousã. Com alto apoio da Câmara Municipal da Lousã.