Friday, February 21, 2014
Monday, February 17, 2014
Sexualidade, afetuosidade e deficiência em debate
Em pleno século XXI, são ainda muitos
os mitos, tabus e preconceitos em torno da sexualidade do cidadão com
incapacidade mental ou motor, sendo uma realidade que, para a grande maioria da
população, sexualidade e deficiência parecem inconciliáveis.
Em torno desta problemática, no
passado dia 27 de janeiro, a Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade
da Lousã reuniu um painel especializado que, perante uma assistência que
praticamente esgotou o auditório da Biblioteca Municipal Comendador Montenegro,
debateu e identificou as principais barreiras e questões associadas a uma
realidade que não poderá continuar a ser colocada de parte.
Este painel de oradores reuniu especialistas
como Cristina Siva - psicóloga na Associação de Recuperação de Cidadãos com
Incapacidade da Lousã (ARCIL), Ernesto Carvalhinho - antigo presidente da ARCIL
e antecessor de João Henriques na PMPIL, Jorge Cardoso - psicólogo clínico e
docente universitário – e Figueiredo Fernandes, clínico geral da Unidade de
Saúde Familiar Serra da Lousã.
A sobrevalorização da deficiência na
sua vertente mais visível e a centralização da discussão sobre os aspetos
técnicos de fertilidade em detrimento da afetividade são, segundo estes
especialistas, basilares ao padrão atualmente adotado, sendo fundamental olhar
para as pessoas com incapacidade física e/ou mental com equilíbrio e igualdade.
Numa opinião também partilhada por
Ernesto Carvalhinho e Rui Ramos, atual presidente da ARCIL, Cristina Silva
realçou o papel da atuação desta instituição nesta área como promotor de uma
grande e rápida mudança da aceitação social a nível concelhio. Poderá ainda
referir-se o seu pioneirismo, tendo sido a primeira instituição a expressar o
direito à sexualidade na sua carta de direitos.
Autonomia
para a inclusão
A alteração das preconceções
associadas à incapacidade e a desmistificação da sexualidade serão, porventura,
indissociáveis, pelo que o testemunho frontal de quem convive diariamente com
esta problemática assume uma grande relevância para a sensibilização da
comunidade.
Neste
espírito, João Henriques e Manuel Miranda, pai de um jovem com deficiência
mental profunda, partilharam com os presentes as suas experiências e preocupações,
trazendo para a discussão uma perspetiva fora do alcance dos demais
intervenientes. Esta foi também uma oportunidade para o lançamento do trabalho
literário intitulado «Autonomia para a inclusão», uma obra da autoria de Manuel
Miranda que resulta de uma aprofundada pesquisa sobre a evolução histórica da
deficiência a nível mundial e fornece uma análise rigorosa das necessidades de
resposta relativas à integração e inclusão.
Como resultado deste debate, poderá
aferir-se uma necessidade de alteração de paradigma, urgindo criar uma maior
abertura social e institucional quanto às práticas atualmente seguidas no que
diz respeito à sexualidade e afetuosidade na deficiência. || Tatiana Ribeiro
Thursday, February 13, 2014
Debate por uma “sociedade cada vez mais inclusiva”
O Seminário “Sexualidade e afetos”, organizado pela Câmara da
Lousã e pela Provedoria Municipal para Pessoas com Incapacidade que tem João
Henriques como provedor, reuniu ontem, na Biblioteca Municipal Comendador
Montenegro, algumas dezenas de interessados na temática foi um contributo para
que “ a sociedade lousanense seja cada vez mais inclusiva” como afirmou o
presidente da autarquia.
Na sessão de abertura o moderador do debate, Figueiredo
Fernandes, médico da USF Serra da Lousã, leu uma mensagem do conselho diretivo
do Instituto Nacional de Reabilitação na qual era destacada iniciativa da
autarquia e da Provedoria municipal, pela “ oportunidade de desenvolvimento,
qualificação e enriquecimento ativo sobre esta matéria”.
O Instituto Nacional para a Reabilitação “apoia
permanentemente todos os esforços de investigação, formação e partilha de
saberes, nomeadamente as questões da vida das pessoas com deficiência , com a
convicção de que o debate sobre as boas práticas “enriquece a intervenção dos
técnicos, a prevenção , habilitação , reabilitação e inclusão social das
pessoas com deficiência”, sublinhava a mensagem lida por Figueiredo Fernandes.
Enriquecimento pessoal
e profissional
Ao intervir na sessão de abertura, o presidente da Câmara
Municipal da Lousã, Luís Antunes, destacou o contributo do seminário, e de
iniciativa, análogas, para alcançar um objetivo que é “ ter uma comunidade
lousanense cada vez mais inclusiva”. O autarca destacou ainda a qualidade dos
oradores. “Com provas dadas no trabalho que desenvolvem nessa área, que são
garante do enriquecimento pessoal e profissional dos participantes no debate”,
que considerou um momento importante de reflexão e partilha de conhecimentos e
experiências.
“Entende a câmara que sexualidade e afetos e um tema atual,
que ser debatido não apenas em relação às pessoas com deficiência, mas em
relação a todos os cidadãos especialmente no contexto atual que vivemos “
frisou Luís Antunes, ao realçar também que é um gosto poder contar com o
trabalho da provedoria.
Livro “Autonomia para a
Inclusão”
No seminário participaram Cristina Silva, psicóloga da ARCIL,
que abordou o tema “Sexualidade e deficiência: entre mitos e realidades”, José
Carvalhinho, ex-presidente da ARCIL e antigo Provedor Municipal das Pessoas com
Deficiência e Jorge Cardoso, psicólogo clínico e professor universitário, que
abordou a temática “ Santos ou pecadores?... Apenas pessoas como os demais!”.
Depois do debate, o encerramento coube a João Henriques,
Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã. No final do seminário
teve lugar o lançamento do livro “Autonomia para a inclusão” de Manuel Miranda.
Subscribe to:
Posts (Atom)