Projecto com uma candidatura aprovada ao POPH
Lousã prepara-se para ser destino de turismo acessível
Tornar a Lousã o primeiro destino turístico acessível do país é o objectivo do projecto "Lousã: destino de turismo acessível", que já tem três candidaturas a apoio financeiro formalizadas e uma aprovada, no valor de 980 mil euros
Maria João Borges
A candidatura foi aprovada na totalidade e conseguiu arrebatar dez por cento das verbas disponíveis a nível nacional para o POPH, Programa Operacional do Potencial Humano, na medida em que foi considerado inovador do ponto de vista da promoção da inclusão. Para a execução dos objectivos da candidatura está a trabalhar desde 1 de Setembro na Câmara Municipal da Lousã, Filipe Carvalho, técnico de gestão e planeamento em turismo, convidado pelo presidente da autarquia para ser o coordenador da equipa técnica de todo o projecto. O objectivo desta candidatura ao POPH é estabelecer planos, conceber conteúdos, trocar experiências e lançar iniciativas relacionadas com a acessibilidade. Terá dois anos e meio de execução na prática.
A segunda candidatura foi feita ao programa INTERREG e consiste na criação de uma rede europeia de destinos acessíveis, preparados para satisfazer as necessidades de todos, aproveitando as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias. A rede será liderada pela Lousã como destino privilegiado de turismo de natureza e tem associadas as cidades de Ávila, na área do turismo do património, e Palma de Maiorca, no sector do turismo de praia. "Foram estabelecidas conversações com destinos turísticos portugueses da região centro, mas, como havia datas a cumprir, não conseguiram integrar a candidatura", explicou ao Trevim Filipe Carvalho. A terceira candidatura, ao POVT, inclui a requalificação do pavimento (abandonando-se a calçada portuguesa) da zona que medeia a Igreja Matriz e a Fábrica de Papel do Prado, prevendo também a colocação de passadeiras, rotundas e outras estruturas noutros espaços urbanos da vila. Estas duas últimas candidaturas estão a aguardar resultados.
Projecto
O projecto começou a ser pensado logo após a criação no concelho da figura do Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade, em 2004. Ganhou outra intensidade com o congresso sobre turismo acessível em 2007, realizado na Lousã. A task force criada na sequência do congresso e constituída por vários elementos da sociedade civil foi decisiva para a criação e consolidação deste projecto, que tem como objectivos intervir no alojamento, na restauração, nos espaços públicos, transportes, serviços de segurança, saúde e apoio social, ajudas técnicas urbanas, entre outros sectores, numa perspectiva de aplicação do conceito universal de um turismo acessível a todos, para todos, numa abordagem sistémica, exigindo a colaboração de toda a comunidade.
Em 2008, a Câmara Municipal da Lousã passou a liderar o processo, formalizando as candidaturas para a obtenção do financiamento e encabeçando a estrutura de missão, que será responsável pela execução do projecto. A estrutura ainda está em formação, mas será apresentada publicamente em breve.
O projecto foi dado a conhecer na última reunião da Assembleia Municipal da Lousã e teve uma boa aceitação por parte dos deputados. Miguel Gaspar (PSD) realçou o carácter pioneiro do projecto, uma inovação que a Lousã já tem vindo a protagonizar na área da deficiência, nomeadamente a nível da inclusão educativa. Joaquim Lourenço (PSD) referiu que o projecto "é do melhor" e Fortunato de Almeida, líder da bancada social-democrata, sublinhou "que mais do que um projecto" estava ali "um produto". Só o deputado da CDU, Figueiredo Fernandes, defendeu que aquele seria "um grande projecto" se envolvesse destinos turísticos nacionais.
O presidente da Câmara Municipal da Lousã, Fernando Carvalho, sublinhou que o projecto é inovador e que, se a Lousã se tornar no primeiro destino de turismo acessível, pode vir a certificar destinos e equipamentos turísticos, já que não existe nenhuma entidade certificadora no país.
Fonte: Jornal Trevim
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