"Aqui o futuro já está contruído", diz governante
O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, considerou, sexta-feira, dia 15, no Salão Nobre, a Lousã um “concelho de vanguarda nas questões da acessibilidade, com trabalho continuado, aprofundado, bem feito, com resultados”
Convidado para a abertura do elevador do edifício da Câmara Municipal e para presidir à cerimónia de constituição da estrutura de missão do projecto “Lousã: Destino de Turismo Acessível”, o governante não poupou elogios ao Município “pela densidade de projectos e de ambição”, no domínio da acessibilidade e da inclusão das pessoas com deficiência em meio escolar, admitindo que, na sua generalidade, a sociedade civil se adiantou ao Estado, no que diz respeito à protecção da incapacidade. “O movimento de cidadãos antecipou as políticas públicas”, reconheceu, salientando, neste contexto, a criação de uma série de associações de solidariedade social que surgiram após o 25 de Abril, nas quais se insere a ARCIL. "Aqui o futuro já está construído", assumiu.
Embora mais tarde que os cidadãos, o Estado foi também percorrendo o seu caminho, tomando medidas. Vieira da Silva aludiu à ratificação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que data de Março de 2007. "É um momento simbólico, que assinala um trajecto não muito longo no tempo e que está longe de ter um fim". Reconhecendo que, durante muito tempo, os cidadãos com deficiência foram colocados "no quarto dos fundos da vida colectiva", o membro do Governo sublinhou algumas medidas públicas actuais, como a criação de uma rede de serviços de apoio às famílias e entidades como o Programa Operacional de Potencial Humano, que acolhem candidaturas para equipamentos sociais de apoio a idosos e pessoas com deficiência (centros de actividades ocupacionais, por exemplo), cujo investimento ronda mais de 80 milhões de euros. Referiu-se ainda à criação, pela primeira vez, por um Governo da República, da figura da Secretaria de Estado da Reabilitação, cargo ocupado por Idália Moniz, também presente na sessão.
"O facto de a Lousã ter sido um dos primeiros 50 municípios a apresentar uma candidatura ao POPH é o resultado de um trabalho que pode construir um farol a nível nacional... não deixa de ser interessante a Lousã estar inserida numa zona serrana e ser um caso de sucesso em termos de acessibilidade, há sítios onde seria mais fácil acessibilizar", observou. "Que a integração de todos continue a ser uma marca distintiva da Lousã, da sua terra e da sua gestão”, disse, referindo-se ao presidente da Câmara Municipal, Fernando Carvalho.
Ao tomar a palavra, o edil salientou os "amigos que estavam na sala". Alguns cidadãos com dificuldades motoras estavam presentes no Salão Nobre, graças à entrada em funcionamento do novo elevador. O autarca lousanense caracterizou o projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível" como sendo uma "referência" a nível nacional, tendo granjeado reconhecimento a nível internacional, onde já foi apresentado em várias cidades como Barcelona e Ávila. Fernando Carvalho adiantou ainda haver uma empresa britânica interessada em investir na Lousã, na área da habitação, enquadrada num contexto de acessibilidade. Em termos financeiros, o presidente adiantou ainda ser "incompatível para as finanças da autarquia colocar o projecto em prática", daí terem sido feitas várias candidaturas para a obtenção de verbas, duas delas já aprovadas, que permitirão, por exemplo, a acessibilização de parte da zona histórica, na Rua Francisco Viana e área adjacente.
Com o objectivo de gerir e executar o plano de acção do projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível"
Asssinado protocolo para a criação da Estrutura de Missão
Durante a cerimónia, foi assinado um protocolo de parceria entre 14 entidades que irão constituir a estrutura de missão do projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível", que tem como objectivo dar cumprimento ao respectivo plano de acção. A parceria foi estabelecida entre a Câmara Municipal da Lousã (que é a entidade gestora do projecto), a equipa técnica da estrutura de missão (coordenada por Filipe Carvalho), a Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã, Santa Casa da Misericórdia, Meliá Palácio da Lousã, Movijovem (Pousada da Juventude), "Casa do Vale do Linteiro", "Quintal d'Além do Ribeiro", restaurantes "Casa Velha" e "O Burgo", empresas "Montes D'Aventura" e "Turislousã" e, por fim, Loja "Aldeias de Xisto", do Candal.
Segundo o acordo, esta estrutura tem como objectivo lançar o projecto, capitalizar incentivos e concretizar iniciativas materiais, imateriais e organizacionais, destinadas a fazer da Lousã um destino acessível. A Câmara Municipal preside à estrutura, cabendo-lhe responsabilidades na promoção de candidaturas destinadas a co-financiar as despesas e investimentos relacionados com o projecto. Tem também de assumir os meios logísticos e os recursos humanos que justifiquem contratar para a equipa técnica de apoio ao órgão. A estrutura reunirá mensalmente e o seu objectivo é gerir vontades e oportunidades para concretizar o plano de acção do projecto, que consiste na melhoria da acessibilização de estabelecimentos de alojamento, restauração, espaços urbanos, infra-estruturas e equipamentos públicos, serviços de segurança, saúde e apoio social. Ajudar no desenvolvimento da hospitalidade para cidadãos com incapacidade, lançar eventos acessíveis de animação, apoiar o aparecimento de respostas de transporte adaptado, incentivar a aquisição de ajudas técnicas, regular, premiar e certificar a oferta turística acessível da Lousã são algumas das muitas tarefas da estrutura de missão.
Fonte: Jornal Trevim
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