Thursday, April 23, 2009

Locais com acessos fáceis são o futuro

Provedor Carvalhinho

Lousã é hoje visitada pelo ministro Vieira da Silva para ouvir projecto e sugeri-lo a outros municípios.

A Lousã apresenta esta sexta-feira o projecto pioneiro, "Lousã, Destino de Turismo Acessível", ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva. O Município colocou em prática um plano que se pretende agora alargar ao país.

Um selo que parece fazer toda a diferença encontra-se já colocado em 108 locais da vila da Lousã. Com a designação de "Lousã Acessível" a estampilha com um desenho de uma cadeira de rodas identifica os lugares onde as acessibilidades estão ao alcance de todos. Pessoas com mobilidade reduzida temporária, deficientes que se deslocam em cadeira de rodas, cegos, idosos e quem transporta carrinhos de bebé ou mercadorias dispõem agora de um vasto leque de locais a que podem aceder de forma autónoma.

Repartições e instituições públicas, entidades sociais, lares de idosos, residenciais, hotéis, a pousada da juventude, restaurantes, bares, pastelarias, discotecas, farmácias, bancos e outros serviços como seguradoras, correios, supermercados, o comércio tradicional em geral, centro de saúde, consultórios médicos, bombeiros, a igreja matriz e até os miradouros espalhados pelo concelho e a praia fluvial da Bogueira, no Casal de Ermio, são actualmente lugares acessíveis a residentes, visitantes e turistas.

Em Abril de 2007, a Lousã acolheu o I Congresso Nacional de Turismo Acessível. Fernando Santos Carvalho, presidente da Autarquia, não deixou passar a deixa e, em conjunto com a Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã, começou a pensar em desenvolver um plano estratégico de soluções integradas de acessibilidade para todos.

Da teoria à prática, em dois anos o Município conseguiu redefinir espaços, acessos públicos e sensibilizar os privados para a importância de locais acessíveis a todas as pessoas, muitos deles, inclusive, já também com informação em braille.

Num verdadeiro efeito de bola de neve, a mobilização foi tal que em dois anos são já poucos os locais onde é mais difícil o acesso para quem tem alguma limitação de mobilidade. Não por falta de vontade, como referem alguns comerciantes, por exemplo, mas ainda porque por uma ou outra razão que se prende com uma intervenção mais profunda ainda não foi possível fazer as devidas alterações.

No pequeno Quiosque da Avenida de S. Silvestre, onde se vende jornais, revistas e pouco mais, os proprietários fizeram questão de adaptar o exíguo espaço para que um cliente que se desloque em cadeira de rodas possa entrar e visualizar as capas dos principais jornais e revistas, uma vez que estão agora estrategicamente colocados. Em contrapartida, além do selo, o Quiosque dispõe já de um Diploma de Reconhecimento de Boas Práticas.

António Henriques, gerente da delegação do Millennium BCP, disse ao JN que foram sensibilizados pela entretanto criada assessoria técnica da Estrutura de Missão "Lousã Acessível", agora responsável pela gestão do projecto e coordenada por Filipe Carvalho. "O Município garantiu o nivelamento do passeio exterior e nós colocámos duas caixas de multibanco acessíveis, incluindo a cegos". Todos quantos já aderiam à iniciativa parecem sentir-se gratificados, como garante Jorge Antunes, da TurisLousã. "Tem sido um enorme desafio, mas mais do que os proveitos económicos, o que não se explica é o que nos vai na alma quando recebemos na Lousã pessoas que não se sentem diferentes.

Fonte: jn.sapo.pt

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