Alunos da Escola Secundária da Lousã promovem debate
“Direito à igualdade” foi o lema do colóquio que se realizou, na sexta-feira passada, no auditório do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, com a partipação de José Leonardo, Marques Leandro, Jorge Alves, Isabel Dias, José Moreira e João Henriques
“Direito à igualdade” foi o lema do colóquio que se realizou, na sexta-feira passada, no auditório do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, com a partipação de José Leonardo, Marques Leandro, Jorge Alves, Isabel Dias, José Moreira e João Henriques
O debate promovido pelos alunos do 12º D da Escola Secundária da Lousã, Pedro Galvão, Anabela Inácio, Luís Rodolfo e Sofia Ferreira, no âmbito da displina de Área e Projecto, teve como objectivo sensibilizar e dar a conhecer, à comunidade estudantil e não só, as dificuldades encontradas no dia-a-dia por pessoas com as mais variadas incapacidades.
A abrir o debate esteve Isabel Dias, do gabinete da Provedoria Municipal das Pessoas com Incapacidade. A socióloga falou da importância da Provedoria, e explicou aos alunos presentes o seu funcionamento, bem como, algum do trabalho realizado por aquela “entidade autónoma, que trabalha em parceria com várias instituições”. Isabel Dias, destacou ainda a importância da Provedoria na melhoria na qualidade de vida das pessoas com incapacidade, “uma entidade que só existe em cinco concelhos: Lousã, Porto, Viseu, Marco de Canavezes e recentemente em Santa Maria da Feira”, concluiu.
No decurso do debate “Direito à Igualdade”, seguiu-se a opinião de três pessoas (José Moreira, João Henriques e José Leonardo), que encontram no dia-a-dia dificuldades por serem “diferentes”, mas todos eles com algo em comum, pertencem ao Grupo Técnico de Acessibilidade da Provedoria.
José Moreira, massagista da Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL), contou a experiência vivida em 2006, com uma acção de desportos radicais para deficientes, desenvolvida com a ajuda da Provedoria e da empresa de turismo francesa ANIMA, e em que pôde experimentar o parapente. Mas, nem tudo é positivo e José Moreira queixou-se “do dinheiro que custam certos materiais”, que podiam ajudar na independência de uma pessoa com deficiência visual: uma fita métrica, que fala e custa 100 €, um nível, ou um computador com um software especial que lê a informação no ecrã.
Já João Henriques, assessor do provedor e deficiente motor optou por falar da acessibilidade na internet, e as diversas dificuldades encontradas pelas pessoas com incapacidade motora em navegar na web. Apesar disso, João Henriques lembrou que Portugal até foi o primeiro país da Europa, isto depois dos exemplos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, a ter preocupações com a acessiblidade nos sites da administração pública, com a publicação da Lei 97/99.
José Leonardo, professor de físico-química e paraplégico lembrou mais uma vez a importância da igualdade de oportunidades e de direitos. “É preciso que todos tenham acesso às coisas e de igual modo”. O problema, explicou, é que “sempre que se pensa em qualquer infra-estrutura, faz-se a pensar no Homem comum”. José Leonardo, referiu ainda que é preciso “flexibilizar os equipamentos, para assim, poder abranger o maior número de pessoas possíveis.
Sensiblizar mais
A seguir, Marques Leando, presidente da ARCIL, focou algumas conclusões do debate respeitantes às dificuldades encontradas pelas pessoas com incapacidade. “Para atingir a igualdade tem de haver uma sensibilidade muito grande para estes problemas”. O responsável máximo da ARCIL alertou ainda para o facto de a mobilidade condicionada poder acontecer a qualquer um.
A terminar, Jorge Alves, vereador da Educação da Câmara Municipal da Lousã, alinhou pelo mesmo diapasão de Marques Leando, e falou ainda da sua experiência em andar de muletas. O vereador destacou a importância de iniciativas deste género. “É fundamental este tipo de acções, a nossa vida altera-se de um segundo para o outro”.
Para Jorge Alves a igualdade de oportunidades “é responsabilidade de todos”, até porque “a legislação não altera comportamentos, logo a mudança de mentalidades é importante, já que não se pode pensar que estas coisas dependem só dos outros”, concluiu.
Fonte: Jornal Trevim
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