Monday, April 16, 2007

Vencer barreiras no turismo

Sensibilizar instituições para o turismo acessível, acentuando a promoção da igualdade mas também o mercado potencial, é um dos objectivos do congresso que decorre na Lousã.

Na Europa estima-se que existam cerca de 30 milhões de pessoas com problemas de mobilidade e destas cerca de três milhões andam em cadeira de rodas. Este número, avançado ontem por Carlos Pereira, do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, torna ainda mais pertinente a realização do Congresso Turismo Acessível, que na próxima sexta-feira reúne especialistas, operadores e estudantes desta área na Lousã.
Como acentuou Carlos Pereira, para chegar a este mercado potencial de 30 milhões de pessoas, ao qual acresce o turismo senior, “é necessário que os países se organizem” para “vencer barreiras e favorecer o turismo”. E o Secretariado Nacional tem apostado, desde há uma década, na sensibilização para esta questão, com diversas iniciativas, nomeadamente a edição de guias turísticos onde se referem os locais com boa ou média acessibilidade. Porque, como salientou Carlos Pereira, “as pessoas com problemas de mobilidade necessitam de ter uma informação rigorosa quando viajam”.
Também Ernesto Carvalhinho, responsável pela Provedoria Municipal das Pessoas com Deficiência da Lousã, realçou que a acessibilidade respeita a toda a gente e não apenas aos cidadãos portadores de deficiência. Assim, realçou o provedor, é importante garantir a acessibilidade para os portadores de algum tipo de deficiência, mas também para todos cuja mobilidade se encontre reduzida, seja definitiva ou momentaneamente, como os idosos ou os acidentados, realçou o provedor da Lousã.

Congresso une instituições

Razões mais do que suficientes para justificar a realização do congresso, que uniu a Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), a Provedoria Municipal das Pessoas com Deficiência da Lousã, a Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL), o Secretariado Nacional de Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência e a Direcção Regional de Economia do Centro, com o financiamento da Dueceira – Associação de Desenvolvimento do Ceira.
Ontem, na conferência de imprensa de apresentação do congresso, realizada na ESEC, em Coimbra, estiveram ainda presentes João Orvalho, presidente do conselho directivo da ESEC, Rosário Campos, responsável pelo curso de Turismo da ESEC, Eugénia Lima, docente da ESEC, Maria do Céu Marques, técnica da Dueceira, Cristina Silva, da direcção executiva da ARCIL, e Filipe Carvalho, técnico da direcção regional de Economia do Centro, entre outros responsáveis ligados à realização do evento.
Os trabalhos do congresso vão decorrer no Mélia Palácio da Lousã Boutique Hotel e reunirão um conjunto alargado de pessoas e entidades, públicas e privadas, ligadas a esta área, designadamente a secretária de Estado Adjunta da Reabilitação, o secretário de Estado do Turismo, o presidente da Direcção Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e o director regional da Economia do Centro. Para além dos painéis de debates, o congresso conta com a apresentação de “Casos de boas práticas”, a cargo de especialistas nacionais e estrangeiros, e com a apresentação de um testemunho pessoal, o de Maria Teresa Silva Maia, invisual que tem a paixão de viajar.

Selo “Lousã acessível”

A Lousã vai acolher, paralelamente ao programa do congresso, várias iniciativas relacionadas com a temática em discussão. Assim, na quinta-feira, dia 19, pelas 19H00, irá decorrer na Biblioteca Municipal da Lousã a apresentação do selo “Lousã acessível”. Trata-se de um símbolo que identificará na vila os espaços de acesso público que têm boa acessibilidade e na cerimónia serão atribuídos a algumas instituições, adiantou Ernesto Carvalhinho. No sábado, dia 21, realiza-se um workshop sobre turismo acessível no Ecomuseu Louzã Henriques, iniciativa que é promovida pela Direcção Regional de Economia e reunirá diversos agentes económicos.

Fonte: http://www.asbeiras.pt/

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