Saturday, December 6, 2014

Educação Sexual apontada como solução

educação sexualidade oradores da provedoria

 Sexualidade na deficiência  ainda é tema tabu.

“ As pessoas com deficiência não são assexuadas!”, foi a expressão mais ouvida na ação de sensibilização dinamizada pela autarquia, no dia 1, e que se  desenrolou no auditório da EB1 da Lousã. A iniciativa serviu para esclarecer as famílias, os técnicos e os educadores das crianças e jovens com deficiência, que debateram uma temática que ainda é considerada um tabu pela sociedade.

Numa ação intitulada por “ Educação Sexual na Deficiência” coube a João Henriques (Provedor Municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã); José Moreira (Massagista na ARCIL); Mónica Duarte (Técnica Superior) e Cláudia Moreira (Psicóloga na ARCIL) debateram uma questão, que segundo os oradores “é pouco discutida e permeada de preconceitos e tabus”. Verifica-se, aliás, que nas pessoas portadoras de deficiência mental, existe alguma negação por parte dos agentes com quem lidam. Tendo em conta que os conhecimentos em matéria de sexualidade são insuficientes e incorretos por parte das pessoas com incapacidade e dos seus pais, é importante falar-se de educação sexual para pessoas com deficiência. Segundo Mónica Duarte, faz sentido “incluir estas pessoas num programa de educação sexual, adaptando as suas limitações num contexto de educação formal e não formal.”

Para Cláudia Moreira, falar de sexualidade na deficiência mental exige que se questionem ideias preconcebidas e comportamentos construídos socialmente, revelando algum trabalho desenvolvido pela ARCIL. “Mesmo nas pessoas com mais incapacidade, queremos que escolham o seu caminho, nem que para isso sejam ajudadas”, disse dando alguns casos de famílias que a ARCIL apoia e que já tiveram filhos. A psicóloga expressou ainda satisfação pelo trabalho desenvolvido pela ARCIL, mas ainda é necessário mudar muitas mentalidades. “Há trabalho feito, mas ainda há muitos estereótipos. É uma área muito delicada e tem de haver uma grande articulação entre todos os agentes”, declarou.

Habitualmente as pessoas com deficiência mental têm dificuldade em aceder a contextos normalizados: vivem segregadas, em isolamento familiar ou institucional, sendo afastadas de outros grupos sociais. O que para a família e para a escola pode representar proteção, para os deficientes que ficam privados do contacto social, cria uma dificuldade acrescida no processo de crescimento interpessoal.

Tiago Adelino

Fonte: Jornal Trevim

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