Monday, December 8, 2008

Trabalho reconhecido por entidades públicas na entrega de mais selos

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Lousã "olímpica" em termos de acessibilidade

Mais 40 estabelecimentos do concelho da Lousã estão assinalados com o selo "Lousã Acessível", juntando-se aos cerca de 68 já dotados dessa marca, que indica que o local tem acessibilidade autónoma do exterior para o interior e espaço para mobilidade interna. A entrega dos selos que, desta vez, foi acompanhada de um certificado de reconhecimento de boas práticas, decorreu quinta-feira, dia 13, no auditório da Biblioteca Municipal

Maria João Borges

Além de representantes das entidades públicas e privadas que receberam os selos, a cerimónia contou com a presença de Jorge Umbelino, do Conselho Directivo do Turismo de Portugal e da sub-directora do Instituto Nacional para a Reabilitação, Alexandra Pimenta. Esteve ainda uma representante de uma associação belga especializada em turismo e acessibilidades, a sócia-gerente da primeira agência de viagens portuguesa dirigida a cidadãos com deficiência, e ainda o director executivo da ENAT (European Network for Accessible Tourism - rede europeia de turismo acessível), da qual o Município da Lousã faz parte.

Do lado das entidades públicas, não foram poupados elogios ao trabalho que o concelho está a desenvolver no âmbito da acessibilidade, de uma maneira geral, e de uma acessibilidade que transforme a Lousã no primeiro destino turístico do país, em particular. Alexandra Pimenta caracterizou o projecto como "inovador", que "tem permitido a nós, como entidade pública, divulgar a iniciativa além-fronteiras". A sub-directora do Instituto Nacional para a Reabilitação afirmou ainda que o concelho é um "exemplo" de como "só uma parceria global entre todos os sectores da comunidade torna possível uma sociedade inclusiva". A todos aqueles que receberam o selo, Alexandra Pimenta lançou o desafio de ainda irem mais além, criando projectos mais ambiciosos na área da acessibilidade.

Para Jorge Umbelino, do Turismo de Portugal, criar um destino turístico acessível para todos é uma questão de inteligência, do ponto de vista do exercício de cidadania e por uma questão economicista. "Todos têm consciência que as pessoas com mobilidade reduzida são muitas, a começar por todos os idosos, o que traz uma dimensão de negócio que é tudo menos de desconsiderar", salientou. "Este projecto é olímpico, caso único no país... A Lousã é um farol que vai à frente dos outros concelhos", acrescentou, cumprimentando não só a autarquia, ou a ARCIL, mas todos os lousanenses, por entender ser um trabalho de toda a comunidade.

"A Escapadinha da Lousã"

No dia 20 de Dezembro, a revista "Perspectiva", publicada pelo jornal Público edita um artigo de duas páginas sobre as ofertas turísticas acessíveis que o concelho da Lousã já pode oferecer. Um jornalista tetraplégico, da agência de viagens Accessible Portugal, esteve na Lousã e visitou alguns locais que vão ser alvo de selecção. Será o segundo de seis artigos que a agência de viagens terá a oportunidade de publicar, no âmbito de um acordo estabelecido com o jornal. "Quando o Público fez um trabalho sobre a nossa agência ficou muito entusiasmado com o nosso trabalho e questionou se nós não queríamos propor destinos turísticos acessíveis às pessoas", contou Ana Garcia, sócia-gerente da empresa. O primeiro artigo saiu este domingo na revista e foi sobre Lisboa. O segundo será sobre a Lousã e intitula-se "A Escapadinha da Lousã".

A Accessible Portugal começou como uma empresa de animação turística, tornando-se, posteriormente, numa agência de viagens para pessoas com deficiência e suas famílias, para que todos possam sentir-se em férias. As pessoas que fazem parte da agência lidam no seu dia-a-dia com portadores de deficiência dependentes, pelo que a percepção de que todos, pessoa com deficiência e família, deviam ter direito a férias, motivou a criação da agência. "Fazer um safari no Quénia é possível, fazer esqui é possível, desde que seja adaptado", mostrou Ana Garcia, acrescentando que as ofertas de destinos acessíveis são escassas em Portugal e que os alojamentos não estão preparados para receberem grupos alargados. "Só uma casa de banho e dois quartos adaptados não chegam".

Mais informações sobre a agência em http://www.accessibleportugal.com/

Fonte: Jornal Trevim

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