Nota: A Provedoria associasse com a SUPERA nesta petição.
Portadores de deficiência
motora reclamam criação de residências adequadas
Mais de mil pessoas já
assinaram uma petição à Assembleia da República em defesa de melhores condições
residenciais dos cidadãos com deficiência motora grave, como é o caso das
pessoas tetraplégicas (perda de mobilidade nos membros superiores e
inferiores). Esta é uma iniciativa da SUPERA -
Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação, que visa a criação de
legislação sobre residências e melhoria dos cuidados prestados.
Um dos
primeiros signatários foi o Provedor das Pessoas com Incapacidade da Lousã,
João Henriques, que vive atualmente num lar da ARCIL, mas que gostaria de
regressar a casa. “Embora esteja a ser bem cuidado, desejo voltar a viver em
casa, por isso assinei esta petição para pensar em todos os problemas e
situações”, comenta o também dirigente da SUPERA, acrescentando que a falta de
residências adequadas “é um flagelo a nível nacional”.
Além de defender a edificação de residências para Pessoas com Deficiência
Motora Severa e a adaptação de outras já existentes, o objetivo dos promotores
é que sejam criadas possibilidades de subsidiar um cuidador que esteja em
permanência na habitação das pessoas. Márcio Martins, membro da direção da
SUPERA, revelou ao Trevim que, como
pessoa portadora de deficiência motora e
a viver com a mãe, poderá um dia “ser obrigado a viver numa residência, lar ou
entidade de cuidados continuados sem as mínimas condições para as capacidades”.
O responsável, também tetraplégico, salientou que esta situação já se verifica
com um grande número de pessoas com dificuldades de mobilidade nos membros
superiores e inferiores, envolvendo despesas avultadas para o Estado.
Conforme
é referido no texto da petição, os portadores de deficiência motora grave estão
atualmente em entidades vocacionadas para pessoas com outro tipo de
deficiência, lares ou serviços de cuidados continuados. Outros encontram-se em
casa, onde muitas vezes não têm os cuidados necessários ou os familiares têm de
abdicar das suas vidas para prestarem o apoio mínimo. Outra agravante é que
estão excluídos do acesso à educação e vida profissional.
Por isso, é agora
solicitada também legislação que preveja a criação de planos de atividades
individuais adequados às capacidades e limitações das pessoas como atividades
de lazer, socioculturais e ainda participação em formações.
Esta petição
está disponível em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=pessoas-def-motora e já reuniu
1121 assinaturas.
Maria João Borges
Fonte: Jornal Trevim