Na entrega de prémios do programa Escola Alerta

Alunos denunciam barreiras à mobilidade dos deficientes

O jardim-de-infância de Foz de Arouce, a EB 1 de Santa Rita e a Escola Secundária da Lousã (9º A), nas respectivas categorias, foram os vencedores da terceira edição do programa Escola Alerta a nível local. A EB 1 de Casal de Ermio foi também premiada com uma menção honrosa

Jorge M. Alexandre

Na presença de Eduardo Carvalhinho, provedor municipal das Pessoas com Incapacidade da Lousã; Fernando Carvalho, presidente da Câmara; e Jorge Alves, vereador da Educação, os alunos, juntamente com os seus professores, apresentaram, no auditório do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, no dia 29 de Abril, os seus trabalhos, identificando e expondo algumas das dificuldades que os portadores de deficiência enfrentam diariamente. Os trabalhos apresentados abordaram questões como as barreiras arquitectónicas, urbanísticas e de comunicação, que dificultam a acessibilidade e cidadania aos indivíduos portadores de deficiência.

O jardim-de-infância de Foz de Arouce levou as suas crianças a percorrer as ruas e sítios públicos da freguesia para conhecer as dificuldades que as pessoas com incapacidade física podem enfrentar. Esta foi a forma encontrada para os mais pequenos lidarem e se familiarizarem com as dificuldades e a diferença.

Já os alunos da EB1 de Santa Rita visitaram as instalações da ARCIL, onde analisaram algumas barreiras urbanísticas e arquitectónicas presentes, mas, mais importante que isso, contactaram com pessoas com diversas incapacidades, uma experiência marcante que levou mesmo alguns alunos a chorar perante uma nova realidade.

A turma do 9.º A da Escola Secundária da Lousã efectuou um inventário das barreiras arquitectónicas presentes na escola e zona envolvente, que dificultam ou impedem a movimentação do cidadão com deficiência.

No final, os vencedores foram premiados com livros, oferecidos pela livraria Magro, bilhetes para o cinema e os respectivos certificados de presença.

Apontar melhores caminhos

Na cerimónia de entrega de prémios o provedor municipal, principal impulsionador do concurso Escola Alerta, a nível concelhio, destacou todo o trabalho desenvolvido por alunos e professores para chegarem aos prémios.

O vereador da Educação referiu ser “gratificante” o trabalho desenvolvido por toda a comunidade educativa e que se tem reflectido através de vários prémios, a nível distrital e nacional, para as escolas do concelho. “É um sinal de que estamos no bom caminho”, salientou Jorge Alves.

Fernando Carvalho considerou “extremamente” importante este tipo de iniciativas que servem para ficar a conhecer alguns problemas do concelho. “É desta união de esforços que têm saído resultados”, no entanto, esclareceu que as questões de acessibilidade não se conseguem resolver de um momento para o outro. Ainda assim, o autarca deu boas notícias aos alunos, referindo a intervenção, para breve, em sete locais prioritários, principalmente, junto às escolas.

EB1 de Santa Rita também premiada

A nível distrital

O programa Escola Alerta pretende mobilizar as comunidades educativas para o combate à discriminação das pessoas com deficiência e as escolas da Lousã parecem estar devidamente atentas à problemática. Os prémios distritais do concurso Escola Alerta 2008/2009 foram entregues, no dia 22 de Abril, no salão Nobre do Governo Civil de Coimbra, e entre os premiados estão escolas lousanenses.

Na categoria do 1.º ciclo do Ensino Básico, a premiada foi a EB1 de Santa Rita, do Agrupamento de Escolas Álvaro Viana de Lemos. O trabalho apresentado assenta no diagnóstico das situações de barreiras arquitectónicas existentes na ARCIL - propondo algumas correcções.

A EB 2, 3 da Lousã, do Agrupamento de Escolas da Lousã; com o trabalho intitulado “Caminhos (des)encantados” e a Escola Secundária da Lousã, com o trabalho intitulado “Espaços Acessíveis” foram também premiadas com a entrega de uma menção honrosa.

Fonte: Jornal Trevim

4ª DESCIDA DA SERRA DA LOUSÃ EM CADEIRA DE RODAS

Regulamento

1. A 4ª Descida da Serra em Cadeira de Rodas é organizada pela ARCIL – Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã, com apoio da Câmara Municipal da Lousã, da Activar e da Escola Profissional da Lousã – realizando-se no dia 29 de Maio de 2009;

2. Esta actividade consta de um passeio de cadeira de rodas pela estrada nacional nº 236, com início na povoação do Candal e final na vila da Lousã;

3. Será percorrida uma distância de 12 Km com a duração aproximada de 4 horas;

4. Podem participar todos os tipos de cadeiras quer eléctricas quer manuais desde que se encontrem em boas condições;

5. Os participantes terão que ter capacidade física para os 12 Km e terão que ser autónomos na condução das cadeiras de roda;

6. Haverá dois percursos alternativos para pessoas não autónomas na condução das cadeiras, sendo um com a distância aproximada de 5 Km e saída do depósito de água e outro com distância de 1 Km com saída junto à sede da ARCIL. Para esta alternativa a ARCIL não garante acompanhante.

7. O percurso é todo em alcatrão em boas condições e apresenta um declive médio de 3,3%, com início aos 550m e final aos 150m;

8. Todos os participantes deverão estar na Lousã às 10:00 do dia 29 de Maio, sendo a concentração no local de partida às 10:30. Prevê-se o encerramento da actividade pelas 16 horas;

9. Cada centro deve acompanhar os seus participantes com uma carrinha de assistência, podendo haver acompanhantes a fazer o percurso a pé ou em bicicleta;

10. Os participantes deverão utilizar roupa prática sendo obrigatório o uso de boné e corta-vento;

11. As inscrições deverão ser feitas em ficha própria a fornecer pela organização, sendo o prazo limite o dia 20 de Maio;

12. O preço da inscrição é de 5 € por pessoa;

13. Qualquer questão omissa neste regulamento será decidida pela organização;

14. Qualquer esclarecimento deverá ser dirigido a:
José Gaspar – tel nº 239996064 – gaspardematos@gmail.com
Ana Araújo – tel nº 969688299 - ana.araujo@arcil.org

Lousã apostada em derrubar barreiras

Ministro Vieira da Silva não poupou elogios aos projectos concelhios ligados à acessibilidade

"Aqui o futuro já está contruído", diz governante

O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, considerou, sexta-feira, dia 15, no Salão Nobre, a Lousã um “concelho de vanguarda nas questões da acessibilidade, com trabalho continuado, aprofundado, bem feito, com resultados”

Convidado para a abertura do elevador do edifício da Câmara Municipal e para presidir à cerimónia de constituição da estrutura de missão do projecto “Lousã: Destino de Turismo Acessível”, o governante não poupou elogios ao Município “pela densidade de projectos e de ambição”, no domínio da acessibilidade e da inclusão das pessoas com deficiência em meio escolar, admitindo que, na sua generalidade, a sociedade civil se adiantou ao Estado, no que diz respeito à protecção da incapacidade. “O movimento de cidadãos antecipou as políticas públicas”, reconheceu, salientando, neste contexto, a criação de uma série de associações de solidariedade social que surgiram após o 25 de Abril, nas quais se insere a ARCIL. "Aqui o futuro já está construído", assumiu.

Embora mais tarde que os cidadãos, o Estado foi também percorrendo o seu caminho, tomando medidas. Vieira da Silva aludiu à ratificação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que data de Março de 2007. "É um momento simbólico, que assinala um trajecto não muito longo no tempo e que está longe de ter um fim". Reconhecendo que, durante muito tempo, os cidadãos com deficiência foram colocados "no quarto dos fundos da vida colectiva", o membro do Governo sublinhou algumas medidas públicas actuais, como a criação de uma rede de serviços de apoio às famílias e entidades como o Programa Operacional de Potencial Humano, que acolhem candidaturas para equipamentos sociais de apoio a idosos e pessoas com deficiência (centros de actividades ocupacionais, por exemplo), cujo investimento ronda mais de 80 milhões de euros. Referiu-se ainda à criação, pela primeira vez, por um Governo da República, da figura da Secretaria de Estado da Reabilitação, cargo ocupado por Idália Moniz, também presente na sessão.

"O facto de a Lousã ter sido um dos primeiros 50 municípios a apresentar uma candidatura ao POPH é o resultado de um trabalho que pode construir um farol a nível nacional... não deixa de ser interessante a Lousã estar inserida numa zona serrana e ser um caso de sucesso em termos de acessibilidade, há sítios onde seria mais fácil acessibilizar", observou. "Que a integração de todos continue a ser uma marca distintiva da Lousã, da sua terra e da sua gestão”, disse, referindo-se ao presidente da Câmara Municipal, Fernando Carvalho.

Ao tomar a palavra, o edil salientou os "amigos que estavam na sala". Alguns cidadãos com dificuldades motoras estavam presentes no Salão Nobre, graças à entrada em funcionamento do novo elevador. O autarca lousanense caracterizou o projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível" como sendo uma "referência" a nível nacional, tendo granjeado reconhecimento a nível internacional, onde já foi apresentado em várias cidades como Barcelona e Ávila. Fernando Carvalho adiantou ainda haver uma empresa britânica interessada em investir na Lousã, na área da habitação, enquadrada num contexto de acessibilidade. Em termos financeiros, o presidente adiantou ainda ser "incompatível para as finanças da autarquia colocar o projecto em prática", daí terem sido feitas várias candidaturas para a obtenção de verbas, duas delas já aprovadas, que permitirão, por exemplo, a acessibilização de parte da zona histórica, na Rua Francisco Viana e área adjacente.

Com o objectivo de gerir e executar o plano de acção do projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível"

Asssinado protocolo para a criação da Estrutura de Missão

Durante a cerimónia, foi assinado um protocolo de parceria entre 14 entidades que irão constituir a estrutura de missão do projecto "Lousã: Destino de Turismo Acessível", que tem como objectivo dar cumprimento ao respectivo plano de acção. A parceria foi estabelecida entre a Câmara Municipal da Lousã (que é a entidade gestora do projecto), a equipa técnica da estrutura de missão (coordenada por Filipe Carvalho), a Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã, Santa Casa da Misericórdia, Meliá Palácio da Lousã, Movijovem (Pousada da Juventude), "Casa do Vale do Linteiro", "Quintal d'Além do Ribeiro", restaurantes "Casa Velha" e "O Burgo", empresas "Montes D'Aventura" e "Turislousã" e, por fim, Loja "Aldeias de Xisto", do Candal.

Segundo o acordo, esta estrutura tem como objectivo lançar o projecto, capitalizar incentivos e concretizar iniciativas materiais, imateriais e organizacionais, destinadas a fazer da Lousã um destino acessível. A Câmara Municipal preside à estrutura, cabendo-lhe responsabilidades na promoção de candidaturas destinadas a co-financiar as despesas e investimentos relacionados com o projecto. Tem também de assumir os meios logísticos e os recursos humanos que justifiquem contratar para a equipa técnica de apoio ao órgão. A estrutura reunirá mensalmente e o seu objectivo é gerir vontades e oportunidades para concretizar o plano de acção do projecto, que consiste na melhoria da acessibilização de estabelecimentos de alojamento, restauração, espaços urbanos, infra-estruturas e equipamentos públicos, serviços de segurança, saúde e apoio social. Ajudar no desenvolvimento da hospitalidade para cidadãos com incapacidade, lançar eventos acessíveis de animação, apoiar o aparecimento de respostas de transporte adaptado, incentivar a aquisição de ajudas técnicas, regular, premiar e certificar a oferta turística acessível da Lousã são algumas das muitas tarefas da estrutura de missão.

Fonte: Jornal Trevim